sexta-feira, 25 de abril de 2025

 25 de abril 2025

Há-de ser a Liberdade


Ade. Sem h. Há-de ser a Liberdade. Pensaram eles. E pensaram bem.

Até onde a liberdade chegar. Escapava-se da prisão das palavras e saía fluída, solta, com cabelos ao vento, como um passeio de moto, esvoaçando as palavras pássaros entre vales e rios. 

Devorá-la. Havia que devorá-la com medo de que se perdesse e tudo voltasse atrás, ao tempo dos beijos escondidos, das saias até ao joelho, das mantilhas sobre os ombros. Das memórias antigas, dos puxões de cabelos, dos maridos ébrios, do sexo não consentido, da porrada, e do silêncio. Do calar o sofrimento. 

E depois o encontro. O encontro puro de irmãos a querer a mesma coisa. A coisa tão simples. Apenas ser igual a ti. Sem máscaras. Sem restrições. Sem amordaçar as palavras na boca e no carvão do lápis onde flui o mundo. De ti. Só de ti para ti e de ti para mim. Fluidez essa na liberdade de poder dizer o que sentires.

Virgínia de Sá


(em escrita criativa com Joaquim Semeano - exercício com as três ultimas letras da palavra liberdade)



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