quinta-feira, 27 de agosto de 2020

LAGARTIXAS

  VIRGÍNIA DE SÁ

"História de Uma Viagem ou Duas ou Talvez Não"




Capítulo XXV
Palmela

LAGARTIXAS 


... Quando comprei a casa tudo era verde. Verde selvagem, desenfreado, desordenado, lagartixas que corriam por todo o lado. De brincadeira, pensei até colocar uma placa com os dizeres “Quinta das Lagartixas”, mas depois pensei que seria uma placa enganadora. Com os seus 400m2, não chega a ser uma quinta.

No primeiro ano chorei. Não me conseguia habituar a estes muros prisão, sem vistas para a cidade, o trânsito, o supermercado em frente, o Banco por baixo, uma esplanada com sombra nas traseiras e outra com sol na entrada da frente. No meu apartamento de Carnaxide, em Oeiras, tinha grandes janelas com portadas, varandas enormes e uma vista do quarto andar desafogada e agradável. Ali nunca havia monotonia.

Depois habituei-me às lagartixas a correrem e a apanharem sol. Veio o cão, que ofereci ao Santiago como prenda dos seus 59 anos, ao fim de um mês a vivermos na casa. Mais tarde morreu a gatinha Morgana, com vinte anos, em janeiro de 2020. No início de abril do mesmo ano, apaixonei-me pelo Yoshi, um gatinho de oito meses, que vi numa foto de uma Associação em Coimbra, para adoção. No dia 8 de abril, em pleno Covid, adotámo-lo e renasceu a nossa alegria. Os bichos amam-se, brincam e correm pela casa, abraçam-se. Dormem juntos às sestas e fazem-nos felizes. Acho que aprendemos a ser felizes com eles e as coisas simples da vida.

A janela contempla agora as mudanças de estações. Uma coisa que nem tinha percebido verdadeiramente que existia, porque nem tinha tempo. Os verdes, que se tornam vermelhos e castanhos e amarelos e laranjas, as folhas que caiem, os ventos que sopram, a geada que queima. As temperaturas de menos de 5º pelas noites de inverno, e de mais de quarenta graus nas tardes de verão. E a primavera com as abelhas, as borboletas, as formigas e as lagartixas com a cauda no ar, a correr, perseguidas pelo Faísca. E a cada estação renasço…

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Aeroporto no Montijo ?? Jamais!













Aeroporto no Montijo?? Jamais!

O que vos trago não é novo e passo a citar Mário Lino, antigo ministro do PS:
 
"Montijo não tem capacidade para receber aviões de longo curso, pelo que se existe algum problema na Portela será preciso desviá-los para o Porto ou Faro. Os pássaros que andam, sobretudo no inverno, na Reserva Natural do Estuário do Tejo podem acabar por parar a ida dos aviões civis para o Montijo." 
 
Esta é uma de entre muitas afirmações pertinentes, mas mais grave do que interferir nas reservas naturais da nossa fauna (como se isso não fosse já por si só suficientemente grave), é o facto de, em caso de terramoto seguido de tsunami, o Montijo tender a desaparecer, segundo vários estudos científicos. Nem sequer é necessário ser cientista, basta olhar o mapa e constatar a percentagem de desaparecimento da costa nesta zona desde há poucas centenas de anos...
 
Na minha ignorância (não sou engenheira, nem tenho conhecimentos técnicos para avaliar impactos vários), pergunto: 
 
- Não seria mais inteligente, ao invés de proceder a medidas impopulares ao insistir na implantação do novo aeroporto no Montijo, ampliar o aeroporto de Beja, criando o já tão falado TGV?
  • Numa época em que já não é possível contestar a evidência do impacto ambiental da circulação automóvel e da circulação aérea não devíamos estar já a investir em ferrovias? Faz sentido não termos uma ligação ferroviária que ligue rapidamente o sul de Portugal, por exemplo, de Setúbal a Badajoz, a Madrid e a Barcelona?
Resido na zona de Setúbal e não encontro ninguém que diga ser favorável à criação do aeroporto no Montijo, quer pelo impacto de ruído, quer pela poluição, mas se for feito um referendo sobre ampliar as linhas ferroviárias, aposto que a medida será popular.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O corona vírus






O corona vírus

Pode parecer que estou a ser má-língua ou a seguir alguma mania de perseguição, mas ocorre-me que este corona vírus, em primeiro lugar, possa ser algo fabricado em laboratório para disseminar uns quantos.

Ainda por cima é logo colocado "à experiência" num dos países mais populosos do mundo. Depois, ainda me ocorre como poderá dar jeito mais uma crise "a crise do após corona vírus", que "irá" deixar a economia mundial de rastos. 

Está-se mesmo a ver que se vão perder mais direitos adquiridos e os pobres irão ficar ainda mais pobres e ainda por cima contentes por terem escapado ao dito vírus. O grande capital, do qual grandes senhores são detentores, não é nada capaz disto, não senhor... eu é que sou má-língua!

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

E eu é que sou má língua





E eu é que sou má língua

Não tenho pena nenhuma das "Isabelinhas" que andam por aí, mas chamar bode (expiatório) ao rebanho, também é demais.

Ninguém viu, ninguém soube, ninguém se apercebeu. Fez tudo sozinha e era omnipresente. Desculpem-me o termo, em bom português. Vão-se todos lixar! Cambada de hipócritas. 

Estenderam-lhes foi o tapete vermelho e depois quando todos já tinham subido para o tapete, foi só puxar! É caso para perguntar: - O freguês que se segue??? 

Eu diria mesmo que o próximo fica mais perto. Até já foi plataforma antes.

E a próxima crisezinha, já está a caminho?? Dá cá um jeitão!!!