quinta-feira, 29 de junho de 2017

O Pum que ele deu


"Eu sinto que posso fazer qualquer coisa que vocês aplaudem ... vou mandar um peido para ver o que acontece".


A idolatria idiota de endeusar alguém que canta ou representa, coisa que qualquer um consegue fazer mais ou menos bem desde que se empenhe nisso, como se fosse um Deus, é o que dá origem a coisas como esta. O rapaz é inconveniente. Sem dúvida! Deviam ter-lhe ensinado que não se dá puns em público. Certo! As pessoas que estiveram presentes genuinamente com vontade de ajudar, merecem mais respeito. Indubitavelmente! mas na verdade a dose de hipocrisia e aproveitamento a vários níveis que rodeiam tudo isto e o facto de tantos actores, cantores e músicos estarem a sobreviver a duras penas e da ausência de atitudes dignas por parte do Ministério da Cultura, são maiores fedores que este. Já agora que tal um acompanhamento em auditoria para o destino destes dinheiros que tão generosamente foram doados para auxiliar quem sofreu perdas e danos?

sábado, 21 de janeiro de 2017

O telemóvel e a internet


O telemóvel e a internet


Actualmente, a quantia de que disponho para a utilização do telemóvel, é tão irrisória que apenas me permite ter acesso a um pacote dos mais baratos, 15€ por mês, bem como possuir um telemóvel básico.

Não vou negar que este invento, ao qual fui bastante resistente no início da sua utilização, se tornou para mim, não direi um objecto indispensável, dada a minha situação de desemprego, mas uma fonte de uma tecnologia bastante útil.

No meu caso e derivado a não ter internet no telemóvel, por não me ser necessário, utilizo-o basicamente como um telefone móvel que me serve para enviar e receber mensagens.

No entanto, entendo e reconheço a sua utilidade para além dessas funções, possibilitando o acesso ao mais variado tipo de informação, desde o GPS para nos ensinar e ajudar a encontrar qualquer caminho, como a indicação de Farmácias de Serviço, Hospitais, Escolas, Restaurantes, etc …

Basta pensar em algo de que necessitemos e através da NET instalada nos nossos actuais telemóveis acedemos a toda e qualquer informação.

Através do Google podemos ter acesso a mapas, prever em quanto tempo chegaremos a qualquer lugar, estabelecer um percurso, quer pedestre, quer por qualquer meio de transporte, dentro da nossa cidade, no nosso país, de e para qualquer país da Europa ou de e para qualquer Continente. Não ficando por aqui a sua utilização, podemos hoje, aceder ao Banco, fazer compras no Supermercado e encomendar a sua entrega, comprar e reservar bilhetes de avião, de comboio, de cruzeiro, fazer reservas para o teatro, para o cinema, concertos, enfim, tudo aquilo que a nossa imaginação alcançar e o dinheiro de que dispomos permitir. Melhor ainda, tudo isso nos é permitido e possível sem sair da nossa casa ou em qualquer lugar onde nos encontremos desde que exista rede para telemóveis.

Um pouco de todas estas coisas eu também faço, para mim ou para familiares e amigos, por estar mais disponível, não através do telemóvel, que utilizo parcamente, mas através do meu computador.

Há no entanto más utilizações deste objecto tão útil. Pelo seu fácil transporte e manuseamento, pode tornar-nos mais dependentes. Refiro-me à sua utilização abusiva principalmente por jovens, mas também por adultos. Existem pessoas tão dependentes desta criação útil que a tornaram perigosa para a sua própria saúde e da dos que os rodeiam. Uma sobrinha do meu marido, francesa, tornou-se tão dependente do referido, que já por algumas vezes danificou telemóveis topo de gama ao deixá-los cair, no lavatório, na banheira e inclusive na sanita! Conheço pessoas que passam mais de 10 horas seguidas em contacto permanente com o telemóvel, saltando a cada mensagem do Facebook, respondendo a qualquer idiotice, sobressaltando-se e sobressaltando os outros com qualquer acontecimento mais trágico, ou que eles consideram trágico desde a morte do papagaio da vizinha ao pombinho que morreu atropelado, por ter atravessado a estrada. Digo-o literalmente apesar de todo o respeito que me merece a vida animal. Evidentemente não só no telemóvel como no computador estas verdadeiras aberrações, são possíveis e todos os dias somos inundados com “correntes” para isto e para aquilo, que na sua maioria não são mais que veículos de spam, quando não mesmo de vírus.

Depois destes há também os fãs viciados nos inúmeros jogos que circulam por estes aparelhos. Há jogos para tudo. Desde criar e alimentar galinhas a assassinos a soldo, é só escolher. Infelizmente muitas vezes ao alcance daqueles que ainda não conseguem defender-se e terem a noção real do que pode estar por detrás de coisas aparentemente inocentes. Após um treino aturado para assassinos, não será tão difícil convencê-los a ingressar em grupos de milícias armadas ou gangues que matam sem remorso.

Se não bastasse a imagem caricaturada e talvez exagerada que refiro acima, o facto de estar actualmente provada a relação directa entre o uso exagerado de telemóveis e os tumores cerebrais e a surdez, deveria pôr-nos de sobreaviso contra o uso indiscriminado de tais aparelhos. Não será por acaso que o meu médico oncologista já me repetiu várias vezes: - Afaste-se de telemóveis e de microondas!

Enfim, reservando a devida nota à sua utilidade, reconhecida deixo a advertência de que em tudo como na vida, o meio-termo é o melhor.






sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Raios partam os malucos!.

Raios partam os malucos!.

E boca chiusa. Não vá a alma falar mais alto, ou o coração abrir as portas e uma ventania uivante e estonteante entrar por ali a dentro e esvaziar o que tão bem se juntou durante anos. Porra!  Imagina-te lá a entrar-te uma ventania pelo coração a dentro, Incontrolável e incontida a esventrar-te a aorta, a cava o ventrículo esquerdo e o direito limpando o que acumulaste de imagens e sentidos durante épocas sucessivas de relações inférteis, de empregos mal sucedidos, frustrações de cama e de silêncios e de gritos e de conversas sem sentido e de projectos feitos e refeitos e mal sucedidos?

Melhor calar a boca! Porra! Melhor calar a boca! Ver jogos de futebol sucessivos, e filmes e filmes, e televisão, e fumar entre 40 a 50 cigarros por dia. Porra! Era o que faltava! Não, comigo não! Não vá um gajo tornar-se saudável, começar a levantar-se às oito da matina para dar passeios na natureza e começar a acompanhar com aqueles gajos que fazem meditação, andam para ali a fazer gestos em silêncio e a chamarem-lhe Tai Chi, e até dizem que vêem coisas... Porra! Comigo não! Chiça! Amanhã joga o Sporting. Sagrado! Sagrado! Olha lá! ... a mulher até queria que eu deixasse de fumar! Chiça! Raios partam os malucos!

pela manhã

... e um dia acordei, assim tão de manhã que os pássaros gritaram. Era a luz do dia que entrava pela janela da alma e a cegava. Os lábios sabiam a mosto e parecia-me que na noite anterior as bebedeiras se mudaram na pauta entre colcheias e suspiros. Lancei-me nas ondas de borco, e purifiquei, senão a alma, o corpo.

Virgínia de Sá

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Resposta ao comentário de Isa no meu Blogue

Olá Isa. Por três vezes tentei responder-te a este comentário, mas esqueci-me de fazer o que aconselho a quem comenta o que escrevo. Ou seja, copiar o texto antes de o enviar. Como este Blogue não funciona de uma forma linear há que tomar precauções antes de que o texto que escrevemos se perca. Então aí vai o comentário (espero :-) )... Não conheço Moçambique. Apenas a Ilha de Santiago em Cabo Verde. Sinto no entanto desde sempre uma nostalgia com saudade desta África como se lá tivesse vivido desde sempre... Não sei se pelos contos da minha avó, ou se por algum motivo mais profundo. Sobre a escravatura muito haveria que dizer... Não somos nós ainda e todos os dias escravos? Escravos do tempo, do trabalho, do consumismo e novamente dos mesmos por ordem inversa? Isto sem desvalorizar o que foi a mais vil exploração do Homem pelo Homem, mas sem também esquecer que esta continua mascarada por formas diferentes. Sentes-te de lá. Eu também! Também me sinto ligada mais à natureza, às coisas belas e simples e gostaria de aí voltar um dia. Voltar para lá, pois à medida que envelheço (cresço), também me sinto menos de cá e mais de lá ... Abraço Isa, irmã do coração.

Os Direitos dos Animais

Mensagem de Ano Novo 2017

Eles não merecem nem mais nem menos. Merecem igual! Para quem acredita que somos todos filhos de um mesmo pai e objectos da mesma criação somos iguais. Para quem não acredita nisto e crê que todos os seres têm iguais direitos, é o mesmo! Como ocupamos o espaço dos animais e os domesticámos, somos responsáveis por eles e o seu bem estar. Nem mais nem menos!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O cavalo e o Graal

O cavalo e o Graal

Cada vez me sinto mais longe da taça do Graal, aquele recipiente para o volátil onde cabe a energia dos deuses e a sua essência.

Tempos houve, em que quando fazia reiki sentia toda essa energia invadir-me e cria que ela iria permanecer para sempre fazendo parte do preenchimento do meu ser. No entanto fui-me afastando. Por ânsias eventuais de poder ou de dinheiro perdi essa ligação ao  divino que tanto me preenchia e fez com que a doença não se manifestasse durante muitos anos.
Continuo a usar o reiki e faço-o por vezes com algum sentimento de culpa, pois sei e sinto que Deus, ou as energias que Dele fazem parte, nunca faltam quando são chamadas com Fé. Todo aquele que experimentou e sentiu como eu a bênção que é receber reiki sabe do que falo.

No entanto muitas vezes após chamar os guias e as energias que me habitam quando as invoco, o meu pensamento divaga. Vai por aí solto como um cavalo de freio nos dentes e vai do tacho do jantar ao Facebook, à prestação da casa, à dívida da Segurança Social.

Depois vêm as férias apenas imaginadas, já que o desemprego não as pode tornar reais e mil e uma ideias, algumas que me chegam úteis, quiçá canalizadas pelos guias diligentes e esforçados por entre os dentes do cavalo que conseguiu retirar o freio e o tem agora a incomodar-lhe os dentes.


Por entre o galope do cavalo que percorre agora campos de tulipas como as que vi na Holanda, praias desertas como as do litoral Alentejano no Inverno ou a Serra da Arrábida que sempre me chama com a sua mágica alienação vejo anjos aflitos batendo asas com medo que me perca nessas paisagens e não volte … Anjos que por fim desistem. 

O cavalo é sempre um animal de força que me habita, desde os tempos em que percorria a planície em tronco nu e penas entrelaçadas no meu cabelo ondulante, numa terra vermelha, também ela perdida de paisagem e dos seus habitantes naturais, onde agora manda a Besta, aquela que venera o vil metal e não sabe o que significa a palavra Homem…