O que vos trago não é novo e passo a citar Mário Lino, antigo ministro do PS:
"Montijo não tem capacidade para receber aviões de longo curso, pelo que se existe algum problema na Portela será preciso desviá-los para o Porto ou Faro. Os pássaros que andam, sobretudo no inverno, na Reserva Natural do Estuário do Tejo podem acabar por parar a ida dos aviões civis para o Montijo."
Esta é uma de entre muitas afirmações pertinentes, mas mais grave do que interferir nas reservas naturais da nossa fauna (como se isso não fosse já por si só suficientemente grave), é o facto de, em caso de terramoto seguido de tsunami, o Montijo tender a desaparecer, segundo vários estudos científicos. Nem sequer é necessário ser cientista, basta olhar o mapa e constatar a percentagem de desaparecimento da costa nesta zona desde há poucas centenas de anos...
Na minha ignorância (não sou engenheira, nem tenho conhecimentos técnicos para avaliar impactos vários), pergunto:
- Não seria mais inteligente, ao invés de proceder a medidas impopulares ao insistir na implantação do novo aeroporto no Montijo, ampliar o aeroporto de Beja, criando o já tão falado TGV?
- Numa época em que já não é possível contestar a evidência do impacto ambiental da circulação automóvel e da circulação aérea não devíamos estar já a investir em ferrovias? Faz sentido não termos uma ligação ferroviária que ligue rapidamente o sul de Portugal, por exemplo, de Setúbal a Badajoz, a Madrid e a Barcelona?
Resido na zona de Setúbal e não encontro ninguém que diga ser favorável à criação do aeroporto no Montijo, quer pelo impacto de ruído, quer pela poluição, mas se for feito um referendo sobre ampliar as linhas ferroviárias, aposto que a medida será popular.