Mulher, capitão, soldado, peão!
Entre nenúfares, emergiu.
Trazia lodo na boca, O corpo repartiu.
Nas ruas de Lisboa, “Pés Pequenos”, caminhava
Cabelo ao vento,
No céu, cavalos desenhava
Prenhe de sonhos, no corpo gerou vida.
Todos os dias LEU.
Cada personagem, tornou-o seu.
Índio, soldado, governanta, capitão.
Amante, feliz, sargento, peão.
No fogão ferve a panela.
Batata, cenoura, nabo, cebola, feijão.
… e a chouriça, que bem cheirava!
Já está cozido. A sopa já se passava.
Agora na tábua corta a hortaliça.
Talvez um dia… príncipes, sultões…
cada vez mais alto, voam dragões.
Na mesa, bem alinhados, como se aprendeu em casa.
Prato! Garfo! Faca!
Direita! Copo! Esquerda! Guardanapo!
A toalha está torta!
Melão! Corta!
Olha o tacho que ferve por fora! Baixa o lume! Agora!
Abre-se a porta, é ele, que alegria!
Nos olhos um sorriso…
- Mau; Há passarinho novo, ou perdeste o juízo?
Prato! Garfo! Faca!
Direita! Copo! Esquerda! Guardanapo!
Desculpa, esqueci-me do pão…
Levanta a mesa, põe roupa a lavar. Dá banho ao menino.
Põe-o a dormir.
Vai lavar a louça.
Continua a dança. Desfaz-se-lhe a trança.
No nascer dos sonhos, não há lugar para o encher da pança.
O homem ressona dentro do sofá.
Vassoura! Lixo! Pá! A máquina ronca. Acabou de lavar.
— Não podes fazer menos barulho? Não pode um homem descansar!
Agora passar a cozinha com esfregona. Sempre se suja, quando se faz sopa…
Que bom cheiro a alfazema…
Na quinta onde a avó morava, havia alfazema… que bem cheirava…
Se pudesse, voltava lá, apanhava uns raminhos, fazia uns saquinhos…
Punha na gaveta… e alecrim?
Que bom para fazer chá…